segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Depressão na Infância e Adolescência



É muito difícil determinar o que é normal e o que é doença.
A adolescência é a fase da vida onde esta dificuldade fica ainda maior.
É uma fase naturalmente agitada, tanto no organismo - pela inundação hormonal-quanto no social e afetivo- pelo surgimento do desejo pelo sexo oposto e as festas de 15 anos.
Há poucos anos, no período da ditadura, existia a cartilha de como educar os filhos :
10 horas da noite em casa, não pode, não deixo, prendo e arrebento, cala a boca e uma surra atrás da outra.
Da mesma forma o governo fazia com o cidadão e o professor fazia com o aluno.Instalada a democracia, estamos ainda vivendo uma fase de adaptação, de reação confusional,onde o cidadão agora xinga,desacata e enfrenta o administrador, a autoridade,sem receber em troca o limite adequado;da mesma forma o aluno está fazendo com o professor e os filhos com os pais.
Existia uma regra fixa de educar, adotada nacionalmente e agora não existe nada, nenhuma referência.
Os pais perguntam uns aos outros como agir com o filho usuário de drogas, com o desorganizado, com o que não quer estudar, com o que está ameaçando suicídio e dezenas de outras situações problemáticas, para as quais não existem regras, exceto a colocação de LIMITES, com bom senso,  adequado à cada caso. Tanta competitividade, violência, desigualdade social, insegurança e a falta de credibilidade na justiça, trazem um desgaste e uma angústia a todos,contribuindo para uma maior incidência de doenças e entre elas a DEPRESSÃO. Com a invasão hormonal do corpo, invasão de desejos na mente e “confusão”social, o adolescente fica particularmente sujeito aos quadros depressivos. Durante muitos anos acreditou-se que crianças e adolescentes não eram afetados por essa doença, mas atualmente sabe-se que eles são tão suscetíveis à depressão, quanto os adultos.
A depressão é uma doença que deve ser encarada seriamente em todas as faixas etárias.
Ela pode interferir de maneira significativa na vida diária, nas relações sociais e no bem estar geral,  podendo levar ao suicídio.
Nos últimos 20 anos, o índice de suicídios entre adolescentes triplicou, sendo então de fundamental importância, que pais e professores tenham um mínimo de conhecimento da doença para poder reconhece-la e ajudar ao adolescente.
A primeira coisa que temos que aprender, é que depressão é uma doença como qualquer outra e para ela a melhor solução continua sendo o tratamento médico, que na maioria das vezes dá bons resultados; no entanto com frequência os jovens não reconhecem que estão deprimidos e relutam  em comunicar a outros, seus sentimentos de tristeza ou falta de esperança.
RECONHECENDO A DEPRESSÃO
Junto com a tristeza e às vezes até sem ela, existe a irritabilidade exagerada,que talvez seja o sintoma mais comum da depressão em crianças e adolescentes.
Se junto com a tristeza e a irritabilidade o jovem mostrar-se sem interesse para as coisas que antes gostava e com pensamentos negativos sobre si mesmo e sobre o futuro, com certeza ele está deprimido.
A partir daí, começam as dificuldades em se concentrar nos estudos, afetando as notas, pára de prestar atenção nas aulas, começa a chorar com facilidade,pode desenvolver medos,aumenta o risco de envolvimento com drogas e logo em seguida começam a vir as idéias de suicídio. 
Também é preciso pensar em depressão no adolescente que está sempre cansado e sonolento, com dores de cabeça e distúrbios gastrintestinais e menstruais exagerados.
Se suspeitar que um jovem está deprimido é importante, com muita paciência, carinho e compreensão, estimulá-lo a falar dos seus sentimentos e dos seus sintomas,para esclarecimento dos fatos.
Geralmente o adolescente deprimido tem dificuldade em se abrir e acha que os outros não o entenderão,além disso, pode estar envergonhado com o que está lhe acontecendo e pode também achar que não vale a pena se abrir,que não vai adiantar nada e resolver se calar.
 
É importante lhe explicar sobre a depressão e sobre a necessidade de procurar um médico imediatamente.
O tratamento poderá ser somente com antidepressivos, ou poderá haver necessidade de outras medidas tais como psicoterapia, terapia familiar, ou outras, dependendo da gravidade do quadro ou da situação.
Uma depressão leve não tratada, ou tratada de forma inadequada, pode se cronificar afetando definitivamente a qualidade de vida, ou se agravar, com todas suas possíveis consequências.
Em resumo:a depressão no adolescente pode ser às vezes difícil de ser reconhecida.
Uma vez pensada esta possibilidade, é importante falar sobre as soluções. Ficar dando conselhos para mudar o estilo de vida,ou ficar criticando o estilo de vida do deprimido, além de não ajudar a resolver, o empurra mais pra baixo, fazendo-o se sentir mais incompetente e desamparado.

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